Provavelmente você leitora/leitor já imaginou o que um abuso sexual pode causar na vida da vítima? Vou lhe contar!
O abuso sexual infantil é compreendido como qualquer ato sexual, em que o outro submetem crianças a situações de satisfação sexual ou estimulação realizado pela força física, sedução ou ameaças. Geralmente, o mais comum é o abusador ser um membro da família ou pessoas próximas, como vizinhos e amigos da família.
Muitas crianças, por medo ou outros motivos, não conseguem pedir socorro de uma forma tão visível, silenciando-se, surgindo sintomas, como medo excessivo, automutilação, baixo rendimento escolar, culpa, tristeza, isolamento social entre outros. Isso acontece devido a síndrome do silencio ou síndrome do segredo, onde as vítimas tem medo das consequências por aqueles que elas têm afeto, ou pela família não acreditar e ser apontada como a culpada pelos abusos.
Por isso, a importância para os pais e demais responsáveis estarem sempre atentos quando suas crianças começarem a mudarem seus comportamentos. A busca por informações possibilitará uma psicoeducação aos responsáveis, para estarem sempre cautelosos a estes pequenos detalhes, pois, uma criança pode estar crescendo e passando por situação de abuso, e nunca ter tocado neste assunto tão doloroso e constrangedor, e isso pode gerar diversas consequências na vida adulta.
O desejo é que isso não aconteça com ninguém, mas infelizmente é algo cada vez mais comum em nossa sociedade, então o quanto antes conseguir ajudar estas vítimas, menores serão seus traumas.
Segundo a literatura, o abuso sexual infantil pode causar danos a curto e a longo prazo, que podem refletir no âmbito emocional, psíquico, físico, social e sexual. como por exemplo: baixa autoestima, transtorno do estresse pós-traumático, ansiedade, alcoolismo, uso de entorpecentes químicos, iniciação precoce a vida sexual, isolamento social, problemas diversos em relacionamentos amorosos.
Entre as repercussões sexuais no relacionamento amoroso provocadas pelo abuso estão: comportamento hipersexualizado, nojo do próprio corpo, ansiedade, falta de confiança e medo do parceiro, vaginismo durante o ato sexual com penetração, dificuldade em ter orgasmos, dificuldades em manter relação sexual, dificuldades em dar e receber carinhos e caricias. Este tipo de violência se encontra na maioria das vezes ao público feminino. Obviamente, esses prejuízos serão diferentes em cada vítima, dependendo de cada contexto e forma como aconteceu os abusos.
Dias atras, ao procurar um filme para assistir, encontrei o filme: Terapia do prazer, pelo titulo não imaginei que seria outra história, mas após alguns minutos pude perceber que se tratava de uma biografia que acontece em muitos lares!
Histórias de mulheres que sofreram violência sexual na infância e adolescência e, após se casarem sentem dificuldades em manter contato íntimo com seus cônjuges. Neste filme passa a história de Maria, após se casar ela e seu esposo iniciam a terapia para casais, durante as sessões ela relata fingir orgasmos, notícia esta que deixou todo o público chocado, principalmente seu esposo.
Não vou adentrar muito a história do filme para que você leitor possa também assistir. Me chama atenção por ser uma história fictícia, porém, infelizmente comum em muitos lares. Esta é mais uma história que acontece até hoje, crianças que se tornaram adultas e não conseguiram ao longo desse tempo, falar sobre esse trauma, assumindo um relacionamento amoroso na fase adulta, passando por situações e sofrimentos semelhantes ao filme.
A psicoterapia pode ajudar quem sofreu abusos, a identificar os motivos que a levaram a esta situação, ajudando-os a falar sobre seus traumas e assim proporcionando e desenvolvendo uma vida sexual saudável, mudança de rotina, apreciação pelo autocuidado, autoconhecimento e autonomia, e diante desses benefícios resgatar e desenvolver sua autoestima. Minimizando sentimentos e comportamentos adquiridos devido a violência sexual vivida, tendo um relacionamento conjugal e sexual saudável, sentindo se bem e consigo mesma.
Autora: Geisiane de Souza Ferreira Psicóloga e terapeuta de casal
